Ygor Siqueira: “2021 foi um laboratório gigante de sobrevivência”

CEO da 360 WayUp faz um balanço do mercado cinematográfico e adianta novidades da produtora para 2022

Com mais de dez anos dedicados a impulsionar o mercado cinematográfico cristão no país, o empresário Ygor Siqueira, CEO da 360 WayUp, esteve à frente de dois lançamentos neste ano, durante a retomada do público às salas de cinema após a pausa obrigatória devido à pandemia.

Em novembro, em parceria com a California Filmes, a empresa foi responsável por trazer “Deus Não Está Morto - O Próximo Capítulo” para os cinemas. Quarto título de uma das franquias cristãs de maior sucesso, o longa trouxe de volta o ator David A. R. White ao papel do pastor Dave, como sempre, debatendo temas importantes, como a liberdade religiosa.

Já em dezembro, a 360 WayUp apostou num novo formato cinematográfico ao trazer o documentário “Mostra-me o Pai”, novo projeto dirigido pelos irmãos Kendrick, responsáveis por grandes sucessos como Quarto de Guerra, Corajosos e Mais que Vencedores.

Em meio a esses projetos, Ygor Siqueira aproveita para fazer um balanço do mercado no ano de 2021 e mesmo ainda vivendo num período pandêmico, ele acredita que 2022 será um ano de transbordar para a indústria que continua mostrando sua força mesmo em tempos incertos. Confira a seguir uma entrevista exclusiva do diretor da 360 WayUp e fique por dentro das novidades para o próximo ano.

1. 2021 foi um ano de reabertura para a indústria do entretenimento, inclusive para o cinema cristão. Como você avalia o atual momento do mercado?
Na minha avaliação, 2021 foi uma retomada quando a gente fala de entretenimento na pandemia. Houve alguns eventos de drive-in e a maioria acabou não sendo bem-sucedida, mas acho que 2021 foi um laboratório gigante de sobrevivência, principalmente quando a gente fala de cinema. Foi uma releitura do cenário que ainda não é claro com projetos maiores funcionando e outros não. Contudo, 2022 será um ano onde as coisas vão fluir melhor, onde a grande maioria está vacinada e já não terá esse temor de estar em público.

2. Nessa reabertura, tivemos a estreia de “Deus Não Está Morto - O Próximo Capítulo” nos cinemas. O que esse momento representou não só para você, mas para o mercado num todo?

Essa estreia foi uma grande alegria. Era um filme que vinha de vários sucessos e, proporcionalmente a nível mundial, no Brasil foi o melhor lançamento. “Deus Não Está Morto - O Próximo Capítulo” ficou num padrão aceitável de números em relação à pandemia e num bom padrão de mercado considerando os blockbusters. Ficou muito bom para sentir que o público queria se envolver lotando salas fechadas e foi muito positivo

3. Como você avalia o apoio da igreja nessa fase de retomada?

O apoio da igreja foi fundamental. A igreja está sedenta por projetos que saem das quatro paredes, projetos que possam se tornar importantes para resgatar pessoas que estão fora.

4. Na sequência, tivemos “Mostra-me o Pai”. Como você avalia esse projeto e como foi o retorno do público?

“Mostra-me o Pai” é a nova produção dos irmãos Kendrick com uma mensagem única sobre paternidade. A liderança realmente foi tocada e se envolveu nos locais onde foi exibido. A estreia dele entrou próximo do “Deus Não Está Morto - O Próximo Capítulo” e de grandes lançamentos numa data muito difícil. O filme ficou duas semanas em cartaz, mas a receptividade do público foi incrível, principalmente por ser um filme documental.

5. Quais foram os maiores desafios enfrentados nessa retomada?
Foi realmente a reativação do próprio movimento para ir aos cinemas. Essa reativação de cultura, que estava sendo criada e vem sendo criada há muitos anos, deu uma esfriada e a gente trabalhou para reaquecer tudo isso rapidamente. Alguns argumentos em relação à própria pandemia acabaram sendo o nosso maior desafio. Contudo, tivemos apoio para ajudar neste resgate de algo que foi tão trabalhado nos últimos oito anos desde o primeiro projeto lançado nos cinemas.

6. Qual sua expectativa para o mercado em 2022?

2022 é um ano de transbordar onde a gente vai produzir efetivamente projetos nacionais desde longa metragem, passando por série e chegando à animação. Então, a expectativa é entrar em outro patamar do cinema e do entretenimento cristão. A expectativa é que os cinemas voltem a ficar repletos e que as plataformas comecem a ganhar mais conteúdos cristãos.

7. Já temos alguns projetos em vista para o próximo ano. A que pé estão essas produções e o que já pode nos adiantar sobre elas?

Nós temos a animação da “Rainha Ester” em desenvolvimento que é baseada no livro da escritora Julia Malucelli e tem roteiro de Vivian de Oliveira, autora da novela bíblica “Os Dez Mandamentos”. Temos um thriller de ação do casal Daniel e Marine Friesen que é “Código do Armagedom”, que já está em pós-produção e, também, vai ser lançado em 2022. Em abril vamos rodar o filme “A Entrega”, com direção de Fábio Faria, coprodução com a Larty Mark e distribuição em parceria com a Imagem Filmes. Também teremos “Os Remanescentes”, que é uma coprodução com a Sony Pictures, e “Fé Para o Impossível”, que é a maior produção com a Galeria Distribuidora, responsável pelos filmes “Papai é Pop”, com Lázaro Ramos, e “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais”, sobre o caso Richthofen. 2022 é um ano muito forte na linha de produção com esses quatro projetos em andamento, fora os outros que estão em desenvolvimento para startar.

8. O que mais podemos esperar da 360 WayUp para 2022?

Esperar que a gente possa ampliar e transformar o entretenimento com conteúdo cristão. Fazer e criar cultura com uma leitura diferenciada e dinâmica e, também, impactar e influenciar vidas fazendo a diferença em todos os meios de exibição, tanto online quanto TV e cinema dentro e fora do Brasil. Desejamos que o Brasil se torne referência no cinema cristão mundial.

9. Outro marco da 360 WayUp é a conferência Connect 360. O que lhe levou a implementar esse projeto, quais os resultados obtidos e o que podemos esperar da edição de 2022?

O Connect 360 é a conferência anual da equipe interna da 360 WayUp. Todos os anos este encontro nos leva sempre a fazer uma avaliação e já começar o ano a todo vapor com impulso e garra. Mesmo considerando a pandemia, a gente realizou o Connect em 2021, em Angra dos Reis (RJ), e, em 2022, vamos para Fortaleza. Vai ser um tempo incrível para renovar as forças e projetar e crescer profissionalmente como equipe. Com tantos projetos chegando, precisamos estar bem preparados e alinhados.

10. Que mensagem você deixa para quem ainda não se permitiu conhecer mais do cinema cristão?

Quando a gente não se permite é porque estamos travados e cegos. Que a gente possa ampliar a nossa visão e entender que Deus age de inúmeras formas possíveis, inimagináveis e questionáveis e o cinema e o entretenimento cristão são algumas dessas formas. O mercado fonográfico ganhou seu espaço e o audiovisual vem ganhando o seu. Por isso é fundamental que todos, cristãos e não cristãos, façam parte desse movimento e que possam ser transformados por cada mensagem que a gente lança por meio desses projetos. Que Deus abençoe a todos e posso declarar que 2022 vai ser um ano de transbordar.

Categoria:TV e Cinema

Deixe seu Comentário